A Comunicação tem dois sentidos

Os pais têm o direito de saber o que está a acontecer com os seus filhos enquanto praticantes desportivos. Por isso os treinadores devem estar sempre dispostos a responder às questões que por ele sejam formuladas mantendo-se ao mesmo tempo abertos para receber as informações que aqueles lhes possam dar. É conveniente lembrar nesta altura que a comunicação é uma via com dois sentidos e que se o treinador mantiver abertos os canais de comunicação, é mais provável vir a conseguir uma relação agradável e construtiva com os pais dos seus atletas.
Alimentar a comunicação nos dois sentidos não significa que os pais sejam livres de faltar ao respeito ao treinador por atos ou com palavras. Pelo contrário, trata-se de um convite aos pais para expressarem as suas preocupações com a certeza de que serão ouvidos.
Existem no entanto momentos e locais próprios para o estabelecimento dessa comunicação, de onde se excluem naturalmente os períodos de treino e de competição, além de que este tipo de conversas nunca deve ser feita na presença dos jovens atletas.
A causa mais freqüente dos conflitos na relação treinador-pai está na diferença de opiniões sobre as possibilidades e a capacidade do jovem atleta. Por vezes os pais irão estar em desacordo com aquilo que o treinador faz. Nestes casos o principal é o treinador não ficar numa posição defensiva. É preciso ouvir o que eles têm a dizer.
Pode mesmo acontecer que alguma das sugestões apresentadas seja de utilidade para o trabalho que se está a realizar. De qualquer maneira, mesmo que não concorde com o que lhe estão a dizer, o treinador deve sempre procurar ouvir. Lembre-se que é você o treinador e que neste campo a última palavra é sempre a sua. Nenhum treinador consegue agradar a toda a gente. A questão-chave é tentar sempre fazer o melhor possível. Ninguém lhe pode pedir mais do que isso.
Muitas vezes acontece que os pais não compreendem a perturbação que estão a causar. Em vez de ficar zangado, o treinador deve reconhecer que eles tem um problema que, neste caso, ele pode ajudar a resolver. A sua tarefa é apontar a este tipo de pessoas, num modo educado, a influencia negativa da sua acção, e tentar ajuda-los a ser mais construtivos e colaborantes. Alguns problemas tipo que é costume surgirem no relacionamento com os pais dos atletas estão a seguir indicados. Para além de sua caracterização, são também dadas algumas indicações que podem ser utilizadas na solução que o treinador vier a encontrar para estes problemas.

Pais Desinteressados:

Aquilo que distingue este tipo de pais é a sua ausência permanente das actividades desportivas dos filhos.


Pais Super-críticos:


Estão quase sempre a censurar e a ralhar com o filho, parecendo nunca estar satisfeitos com o comportamento desportivo do jovem atleta. Dão a impressão que é mais o seu jogo, a sua prova ou o seu treino do que o do filho


Pais que gritam durante as competições:


Trata-se de um tipo de pais com grandes pulmões e com cordas vocais de aço!!! Este pai ou esta mãe senta-se (quando não fica de pé) mesmo por detrás dos membros da equipa ou do grupo, grita colérico e enraivecido contra tudo e contra todos, não deixando que se ouça mais ninguém naquela zona incluindo o treinador.


Pais treinadores de bancada:

É muito freqüente encontrar este tipo de pais ao banco, na bancada ou a volta do local da prova “dando instruções” aos praticantes. Este comportamento pode contrariar as indicações dadas pelo próprio treinador e perturbar o funcionamento do grupo.


Pais Super-protectores

É mais habitual encontrar esta situação na mãe do jovem. É freqüente ouvi-la ameaçar que vai retirar o filho do desporto pelos perigos que ele envolve.