A importância da atividade física na infância

Levando em consideração os altos índices de obesidade e de sedentarismo infantil que nos desaponta e já que ouvimos falar muito na frase: “As crianças são o futuro do país”, temos que nos voltar para a importância da atividade física nessa idade que é primordial para o desenvolvimento de um ser humano saudável físico e mentalmente.

Daí a indispensável importância da Educação Física Escolar, onde se tem a oportunidade de desenvolver cada criança com suas particularidades respeitando sempre seu nível de maturação psicológica e física. “A criança não é uma miniatura de adulto e sua mentalidade não é só quantitativa, mas também qualitativamente diferente da do adulto, de modo que a criança não é só menor, mas também bem diferente” (Claparede citado por Weineck, 1991, p.246).

A prática esportiva para crianças tem o grande papel de promover o desenvolvimento motor básico, fazer com que ela se integre, descubra e discuta sobre o mundo em que vive, entenda seu corpo e seus limites; melhore sua auto-estima, sua auto-confiança, melhore sua expressividade e em termos fisiológicos reduza as condições para o desenvolvimento de doenças crônicas ligadas ao sedentarismo como a pressão alta, doenças do aparelho respiratório, entre outras.

É indispensável que cada fase seja desenvolvida, olhando a criança como um ser em nível de maturação, de descobrimento e não como um atleta profissional em que o objetivo são resultados a curto prazo. Criar oportunidades de crescimento e descoberta individual usando o esporte e a atividade física como ferramentas é o que cabe ao professor de Educação Física nas suas aulas.

É muito comum vermos crianças obesas com uma alimentação totalmente imprópria e desequilibrada com uma rotina onde o computador, o vídeo game, tomam o lugar do correr, saltar, brincar como era feito décadas atrás, onde ainda não tínhamos esse tipo de tecnologia. É necessário que os pais e os profissionais da Educação Física estejam atentos e preparados para agir em conformidade com as mudanças do meio, sempre fazendo com que a criança conheça os benefícios que a atividade física traz na sua vida.

Benefícios esses que ajudarão a formar seu caráter e direcionar a vida de outras pessoas que interagem com eles. Por isso, estimulá-las a serem fisicamente ativas é algo que não pode ser deixado de lado. É necessário ver a prática de atividades e exercícios físicos como uma questão de saúde pública priorizando sempre a ludicidade sobre o esporte de competição, especialmente quando se tratar de crianças, pois a cobrança demasiada pode fazer com que peguem aversão à prática de atividades esportivas e físicas já que na Educação Física Escolar também se pode observar o despertar de talentos individuais.

“Levando em consideração que o sedentarismo afeta 70% da população brasileira, mais que a obesidade, a hipertensão, o tabagismo, o diabetes e o colesterol alto, se podem considerar que é a causa de pelo menos 54% dos riscos de morte ocorridas em nosso país”.

Para mudar um sistema é necessário agir na sua base, e a base da sociedade é a família, conscientizar que saúde é o fator de maior importância dentro dela e que é preciso combater nas nossas crianças o sedentarismo para que tenhamos adultos com uma qualidade de vida melhor, pode ser um conceito ensinado em cada aula pelo professor, pois percebermos que viver mais e melhor depende exclusivamente dos nossos hábitos.

Drª. MONICA FARIAS
CIRURGIA CARDIACA DA SCMM

A Comunicação tem dois sentidos

Os pais têm o direito de saber o que está a acontecer com os seus filhos enquanto praticantes desportivos. Por isso os treinadores devem estar sempre dispostos a responder às questões que por ele sejam formuladas mantendo-se ao mesmo tempo abertos para receber as informações que aqueles lhes possam dar. É conveniente lembrar nesta altura que a comunicação é uma via com dois sentidos e que se o treinador mantiver abertos os canais de comunicação, é mais provável vir a conseguir uma relação agradável e construtiva com os pais dos seus atletas.
Alimentar a comunicação nos dois sentidos não significa que os pais sejam livres de faltar ao respeito ao treinador por atos ou com palavras. Pelo contrário, trata-se de um convite aos pais para expressarem as suas preocupações com a certeza de que serão ouvidos.
Existem no entanto momentos e locais próprios para o estabelecimento dessa comunicação, de onde se excluem naturalmente os períodos de treino e de competição, além de que este tipo de conversas nunca deve ser feita na presença dos jovens atletas.
A causa mais freqüente dos conflitos na relação treinador-pai está na diferença de opiniões sobre as possibilidades e a capacidade do jovem atleta. Por vezes os pais irão estar em desacordo com aquilo que o treinador faz. Nestes casos o principal é o treinador não ficar numa posição defensiva. É preciso ouvir o que eles têm a dizer.
Pode mesmo acontecer que alguma das sugestões apresentadas seja de utilidade para o trabalho que se está a realizar. De qualquer maneira, mesmo que não concorde com o que lhe estão a dizer, o treinador deve sempre procurar ouvir. Lembre-se que é você o treinador e que neste campo a última palavra é sempre a sua. Nenhum treinador consegue agradar a toda a gente. A questão-chave é tentar sempre fazer o melhor possível. Ninguém lhe pode pedir mais do que isso.
Muitas vezes acontece que os pais não compreendem a perturbação que estão a causar. Em vez de ficar zangado, o treinador deve reconhecer que eles tem um problema que, neste caso, ele pode ajudar a resolver. A sua tarefa é apontar a este tipo de pessoas, num modo educado, a influencia negativa da sua acção, e tentar ajuda-los a ser mais construtivos e colaborantes. Alguns problemas tipo que é costume surgirem no relacionamento com os pais dos atletas estão a seguir indicados. Para além de sua caracterização, são também dadas algumas indicações que podem ser utilizadas na solução que o treinador vier a encontrar para estes problemas.

Pais Desinteressados:

Aquilo que distingue este tipo de pais é a sua ausência permanente das actividades desportivas dos filhos.


Pais Super-críticos:


Estão quase sempre a censurar e a ralhar com o filho, parecendo nunca estar satisfeitos com o comportamento desportivo do jovem atleta. Dão a impressão que é mais o seu jogo, a sua prova ou o seu treino do que o do filho


Pais que gritam durante as competições:


Trata-se de um tipo de pais com grandes pulmões e com cordas vocais de aço!!! Este pai ou esta mãe senta-se (quando não fica de pé) mesmo por detrás dos membros da equipa ou do grupo, grita colérico e enraivecido contra tudo e contra todos, não deixando que se ouça mais ninguém naquela zona incluindo o treinador.


Pais treinadores de bancada:

É muito freqüente encontrar este tipo de pais ao banco, na bancada ou a volta do local da prova “dando instruções” aos praticantes. Este comportamento pode contrariar as indicações dadas pelo próprio treinador e perturbar o funcionamento do grupo.


Pais Super-protectores

É mais habitual encontrar esta situação na mãe do jovem. É freqüente ouvi-la ameaçar que vai retirar o filho do desporto pelos perigos que ele envolve.